Procura-se.

Eu nem sei por onde começar, tenho tanto a dizer, tanto a desabafar, tem tanta coisa guardada aqui dentro, tantas coisas que me fazem mal, mas não tem jeito, chega uma hora que a gente explode. Aquilo de fazer diferente tem me ajudado bastante, mas não é o suficiente. Preciso de mais, e o que tá me faltando se chama ânimo, auto-estima. Já os busquei em tantos lugares, eu tenho até conseguido me enganar, mas não dá, chega um dia que tudo desmorona, a máscara cai. Cadê a Rebecca animada, aquela que nunca deixou a peteca cair, que sempre dava a volta por cima? Aonde foi parar aquela que ria da própria desgraça, que não tava nem aí e que sabia que o tempo iria fazer o trabalho de apagar tudo que era dispensável? E aquela menina forte, aonde foi parar? Deve estar perdida por aí, se vocês a encontrarem, por favor, ajudem-na a achar o caminho de casa. Ela está me fazendo falta. Deve ter fugido, não aguentou tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo. Tanta tristeza, tanta perturbação, tantas preocupações, tanto achismo, tantos pensamentos .. Coitada!

Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada. (Clarice Lispector)

- Que alívio enorme!

Na prática.

Meus dias estão mais coloridos, bem mais felizes e com muito mais sorrisos. Sabe o que eu disse sobre me permitir fazer diferente ? Pois é, tá fluindo como eu não esperava que fosse fluir. Nem tá sendo tão difícil. Estamos numa quinta feira e desde domingo, até então, eu só acordei mal humorada um dia. Tô impressionada comigo mesma, meu recorde. Sempre foi ao contrario, acordava um dia de bom humor e nos outros, só faltava matar alguém. Tá tudo dando certo, por enquanto. Confesso que de vez em quando eu dou umas patadas por aí, mas eu tenho me controlado bastante e recaída, todo mundo tem. Tá sendo ótimo por em prática o 'fazer diferente', tá me fazendo bem. Tentar continua sendo a palavra de ordem.

'Estou tentando abrir um túnel na rocha bruta. Eu sei, sei que é penoso. Mas qual é a busca que em si mesma não traga sua pena?' (Clarice Lispector)

Mais um pra coleção

Tá tarde, eu tinha que tá dormindo pra acordar cedo, exatamanete, às 6h. Mas quem disse que eu consigo? Além de pesar uma tonelada, depois de tanto que comi, tô no pique, tô animadinha. Tudo consequência de um dia maravilhoso. Foi aniversário da Bárbara - aquela do post lá debaixo - e saímos pra comemorar, lógico. Fomos a um rodízio de pizza e ao chegar lá e vê-la, juro, meus olhos encheram de lágrimas, lágrimas de felicidade, de poder estar ao lado dela por mais um ano e por completarmos 17 anos de amizade, sim, a nossa vida toda. Tem coisa melhor do que estar ao lado de quem se ama? Duvido. Mas na verdade, o que importa mesmo, são todos os momentos que já passamos juntas e a intensidade com que os vivemos. Quando éramos crianças e ainda brincávamos de boneca, a gente vivia brigando. Era puxão de cabelo pra tudo quanto é lado. A gente sempre morre de rir lembrando as nossas traquinagens. E põe traquinagem nisso. Com o perdão da palavra, a gente só fazia merda. Que saudade gostosa. Eu, ela e Maria, o mesmo e inseparável trio de sempre. Lá estávamos no rodízio, com mais um monte de amigos, eu me diverti horrores, ri de sentir aquela dor na barriga, sabe? Ai, renovador. Depois do rodízio, fomos todos para a casa dela e haja comer. Eu escutei umas 5 vezes: 'pô, tu é magra de ruim'. Fiquei até acanhada, mas e daí, né? Era bolo de chocolate. Uni o útil ao agradável. Confesso que exagerei um pouquinho na comilança, mas era de chocolate, pô. Não resisti. Foi um grande final de dia e devo isso aos meus amigos: Babi, Maria, Chico e Marcinho. E pra vocês, eu entrego o meu melhor, sempre.

'Da água para o vinho'

Hoje, eu acordei, totalmente, desnorteada. Pensamentos a mil por hora. Pensei em momentos passados e nos que eu quero que aconteça, pensei em pessoas, pensei em coisas que me tiraram sorrisos largos e em outras, que me deixaram escapar lágrimas, pensei no que devia e no que não devia, pensei que estava pensando demais e dei um grito com o meu próprio subconsciente: 'Cala a boca!'. Incrível como temos a capacidade de raciocinar mil e uma coisas em frações de segundos. Enlouquecedor, ensurdecedor eu diria. Aliás, sabe o que eu pensei, também ? Que ando me importando em demasia, vou começar a dar uma de Katia cega, surda, só não muda, porque aí já é demais. Às vezes, ser assim, muito intensa, muito entregue, 8 ou 80 com tudo, me irrita, me consome bastante. Bem contraditório pra quem se define fria, coração de pedra. Na verdade, é apenas uma armadura que eu insisto em vestir, uma forma de proteção, de defesa, que não tem funcionado muito bem, tô achando que ela tá fora da validade. Enfim, fui ao curso, com música nos ouvidos, como tenho feito todos os dias, assisti às aulas e as duas ultimas fizeram o meu humor mudar de tal forma, impressionante como um senhor tão pequeno, debochado e bem humorado não fez comigo. Arrancou-me muitas gargalhadas, tive até uma das minhas crises de risos envergonhadoras. Eu amo rir. Tô sempre rindo de tudo e porque não rir de si mesma? Decidi me permitir e fim. Como diria o vosso querido Zeca Pagodinho: 'deixa a vida me levar, vida leva eu'. Vou deixar acontecer e o que tiver que ser, será. Permitir-me-ei a fazer diferente ou ao menos, tentar. Tentar, essa é a palavra de ordem.

'tô de bem com vida, tô de vento em pôpa, to feliz pra burro, to assim com o mundo' (8)

Pensamentos que não são meus, são seus ?

Está difícil não pensar em você, tudo que eu olho, ouço, toco, lembro me remete a tua imagem perfeita, aquela que você diz não ver nada demais, mas que me leva a loucura, ao mais admirável dos lugares. E quando estamos perto .. Ah! Quando estamos perto, me faz um bem, é como se nada existisse ao nosso redor. Sou só eu e você, é só você e eu. A cada toque, uma sensação diferente, um arrepio sentido simultaneamente com o calor do teu corpo. Pele a pele. E ali ficamos, nos amamos e dizemos coisas bonitas, até confissões são feitas, confissões estas que não deveriam nem sequer sair da minha e nem da vossa boca, não deveriam passar de pensamentos, mas no calor do momento, a gente nem pensa, só sente. E eu sinto que te tenho tão entregue quando estamos a sós, e eu sei que sente o mesmo em relação a mim. A cada abraço dado é um desparamento de coração provocado, nesse caso, é o meu que bate forte ao estar na tua presença. O medo é meu companheiro nessas horas, tenho medo de me entregar demais, de me envolver demais. Mas ele só vem depois, depois que nos desencontramos. Você faz falta, nem imagina o quanto estou dependente do teu carinho, do teu olhar. O teu olhar não me basta, não dá pra estar na tua companhia e não querer encostar meus lábios nos teus, sentir teu cheiro, tua voz no meu ouvido, dizendo que estava com saudades.

'Te ver e não te querer, é improvável, é impossivel' (8)